[diário de quarentena]- a vida após a quarentena
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já faz um tempo que estamos em quarentena, e em contrapartida, já faz um tempo que a quarentena acabou. aqui na Alemanha (mais precisamente em Berlim), há duas semanas estão abertos lojas de todos os tamanhos, os restaurantes e liberaram parquinhos e algumas escolas (acho que só para os formandos desse ano). tudo foi feito de forma gradual e respeitando as regras da OMS de usar máscara em lugares fechados e manter a distância social. os restaurantes estão funcionando com metade de sua capacidade, mas já tem bastante movimento nas ruas nas últimas semanas. a vida voltou a “normalidade”, exceto pelo fato de quase todo mundo usar máscaras em lugares fechados e nas ruas as pessoas não ficarem tão próximas uma das outras (mas de certa forma, isso já acontecia por aqui). ainda há da minha parte certa ansiedade de andar em lugares com muitas pessoas, ir no mercado cheio de gente ou pegar um metrô por muito tempo. ainda continuo andando e explorando meu bairro e vez em quando andando de bicicleta também por perto – mas aí é mais por conta da minha habilidade. durante a reabertura gradual das lojas, tive vontade de vir aqui gritar, escrever textao e criticar as pessoas que, no primeiro final de semana de reabertura, fizeram grandes filas nas lojas de departamento. com todas as mortes que aconteceram pelo mundo e com todos os problemas do capitalismo sendo evidenciados nesses últimos meses, eu esperava que, durante esse período, o mundo ganharia mais consciência, e as pessoas estariam num tom mais reflexivos, quiçá mais revolucionário, sobre que pé as coisas estão e como tudo desandou (sendo mais específica fogo no capitalismo). mas talvez eu com toda a minha ansiedade esperava que em pouco tempo pensamentos tão enraizado na sociedade fossem mudar. até o vinho demora para ser transformado em vinagre. nos últimos dias, me ponho um pouco mais positiva e cultivo a esperança que esse prisma que a pandemia trouxe enquanto a exposição das diferenças sociais seja cada vez mais enxergável e que mudanças comecem a acontecer. do mais, a vida continua em sua nova normalidade.
>>coisas que me entretiveram essas semanas
> essa história do Otávio e Marina na revista TPM, onde eles ficam confinados juntos, justo no dia que Otávio resolve pedir um tempo do relacionamento de anos. A história vai se desenrolando e toda segunda, quarta e sexta tem uma parte nova pra gente acompanhar.
> essa sérieValéria (do Netflix) que é baseada no livro In Valeria’s Shoes e, tem um Q de Sex and the City – um pouco mais pé no chão, e é uma boa série pra fazer a unha e pra sentir saudades de encontrar as amigas no bar, tomar uma cerveja e falar da vida.
esse podcast Desafinados que é semanal e debatem com convidados alternativas para um mundo em transformação. como é novo, tem só 4 episódios, ouvi os três primeiros e achei muito interessante os debates e os assuntos e os convidados.
> esse livro Equador, que é um romance vivido num período complexo da história portuguesa – os últimos anos da monarquia, período do fim da escravidão. mistura ficção e não ficção, um livro envolvente que trata temas como escravidão, política, desigualdade, relacionamentos.