Lagriminhas.

Lagriminhas.

Pouco depois de saber da mudança toda, começamos a encontrar nossos amigos e família para nos despedirmos. Sei que não é uma despedida eterna, claramente não estamos morrendo e graças a passagens promocionais e redes sociais, podemos nos comunicar com quem quisermos, a hora que quisermos. Mas, sempre que rola uma despedida, as lágrimas me acompanham.

Sempre chorei em despedidas. Encerrar alguma coisa sempre foi algo difícil pra mim, mesmo sabendo que ia acontecer, mesmo sendo minha escolha, mesmo quando a trajetória é difícil. No final do ensino médio chorei que nem criança mesmo sabendo que as amizades iriam permanecer (ok, não foi a maioria, mas ainda tenho amigos do colégio). Todas as vezes que troquei de emprego chorei também – mesmo pedindo pra sair. Então, pra sair do país não seria diferente, as lágrimas iriam rolar – e rolaram.

O meu choro não foi por tristeza, longe disso; essas lágrimas são de saudades. Saudades de todos os momentos que compartilhamos e de repente não ter isso. Um choro por saber que vou perder as piadas internas, que não vou participar tão mais das banalidades da vida, que vai demorar para tomar uma cerveja num Happy Hour de última hora. As lágrimas são pelos momentos que passamos e que talvez demore pra passarmos novamente.

Não fico triste por partir, pois a vida tem dessas coisas. Mas todas essas lembranças me fazem ficar sentimental e chorar é só consequência disso. Fico feliz de ter motivos para chorar, para sentir saudades. O bom mesmo é saber que estive – e ainda estou – rodeada de pessoas que deixaram bons momentos, boas lembranças e muitas boas (e outras não tão boas) histórias. Se chorei, é pelas saudades que terei de tudo.