semana Eleática

a segunda semana foi a semana Eleática, que talvez eu não tenha entendido direito e não tenha feito tão a ferro e fogo como a semana Pitagórica. em minha defesa, a semana anterior tinha mais regras a se seguir e menos reflexões, então essa semana me senti muito solta, as vezes filosofando e as vezes só indo. um pouco que essa linha filosófica diz (pelo que eu entendi) que talvez a vida não seja atingir um grande grande objetivo, mas sim o caminho que a flecha percorre. nós somos a flecha.
"A realidade para eles era única, imóvel, eterna, imutável, sem princípio ou fim, contínua e indivisível."
para Parmênides, se uma coisa pode ser pensada, ela existe. e mesmo coisas que não existem na realidade, podem vir a existir, são formadas de conceitos que existem e, por isso, “são”. foi um tanto e ainda é um tanto difícil processar essa linha filosófica, ainda mais tendo apenas uma semana pra destrinchar. mas foi nessa mesma semana que li a notícia de um artista que vendeu uma obra "invisível" por 15 mil euros. e no primeiro momento fiquei chocada pensando que pessoas ricas pagam por uma exclusividade de algo que sequer existe, afinal de contas, dinheiro compra tudo. problematizei o capitalismo e os ricos todos. mas de acordo com o Parmênides essa obra existe, ela é, porque já foi pensada. complicado né? mas acho que no mundo ocidental de hoje estamos muito contaminados com a necessidade de uma existência de um objeto - muitas vezes de valor - pra poder conceber a sua existência. levando os pensamentos de Parmênides para minha vida, a Dayana artista que tanto luto para parir de mim mesma, na verdade já existe. ela (eu, no caso) é formada por conceitos que existem mesmo que ainda não venha a existir na realidade, mas ainda assim já é. essa semana foi mais pra tentar pensar e abrir essa janela de possibilidade. ideias que tive e que nunca sairam do papel, alguns textos que nunca escrevi, conversas que só tive na minha cabeça. pensar que de certa forma isso também é real foi como ter desenvolvido um sexto sentido e confiar além dos meus sentidos, nos meus pensamentos e me fazer refletir sobre o nosso senso de realidade tal qual a gente conhece. como diria o poeta Los Hermanos "não (te) dizer o que eu penso já é pensar em dizer". escrevo esse texto com atraso, porque nesse momento já comecei minha semana cética, e espero fazer conexões maiores com meu eu existente inexistente.